20 anos depois de Pequim: direitos das mulheres
Há 20 anos em Pequim, precisamente no dia 4 de Setembro, tinha início a 4.ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, das Nações Unidas.
Direitos das mulheres, 20 anos depois: salários e chefias são “pontos críticos” artigo de hoje no Jornal Público
Efetivamente as mulheres continuam a estar sobre-representadas nos sectores com salários mais baixos e sub-representadas nos cargos de decisão e nos conselhos de administração.
Vinte anos volvidos desde a Plataforma de Ação de Pequim, a igualdade de género ainda é um longo caminho a percorrer. Com a agravante e a sob a aparência de que já muito se fez, mas sendo evidente o muito que ainda falta alcançar.
Alcançar a igualdade de género é obviamente necessário por razões económicas e de desenvolvimento social, numa economia global e competitiva.
No entanto, a igualdade de género não é somente uma questão económica e de competitividade dos mercados. É mais importante, a igualdade de género é uma questão de justiça e de modelo de sociedade do século XXI.
Igualdade Salarial
A Organização Internacional do trabalho (OIT) prevê que a igualdade de remuneração entre homens e mulheres só será atingida em 2086.
As mulheres ganham em média menos 23% do que os homens.
Na União Europeia (UE) a diferença salarial é de 16,4%. A UE poderia ver o seu PIB aumentar 12 % se existisse uma verdadeira Igualdade entre homens e mulheres no mercado de tralho.
Se a tendência atual prosseguir, será necessário esperar até 2086 para que mulheres homens aufiram salários equivalentes.
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Mulheres em Cargos de Decisão
As mulheres ainda enfrentam inúmeras barreiras no acesso a carreiras de topo e de decisão, evidenciado pela discrepância entre o elevado número de diplomados do sexo feminino e sua sub-representação nos processos de tomada de decisão.
A participação equilibrada de homens e mulheres no poder e tomada de decisão, política e económica é reconhecida como um requisito da democracia igualitária e como um contributo para desenvolvimento sustentável.
De acordo com o relatório da ACEGIS «Equilíbrio de Género nos Conselhos de Administração: as Empresas do PSI 20», em 2014, a percentagem de mulheres em conselhos de administração nas Empresas do PSI 20 era de apenas 6,5%. Em 277 membros de conselho de administração das empresas do PSI 20, apenas 18 são mulheres.
Sendo que em 7 empresas do PSI 20 verifica-se que nenhuma mulher ocupa qualquer cargo nos respetivos conselhos de administração.
Igualmente em 2014, nas 6 instituições económicas mundiais mais influentes, a representação das mulheres em nos conselhos executivos variava entre 4 e 20%.
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20 anos depois de Pequim: direitos da mulheres
20ª anos depois da Conferência de Pequim, a ACEGIS recorda que há ainda um longo percurso a percorrer em matéria de igualdade de género e direitos das mulheres.
Entendemos que é necessário promover e implementar efetivamente o princípio da igualdade de oportunidades e igualdade de tratamento entre homens e mulheres em domínios ligados ao emprego e a atividade profissional.
O direito ao trabalho é condição essencial na igualdade de direitos, independência económica e na realização profissional, pessoal e social das mulheres. É essencial na construção de uma sociedade mais justa, paritária e desenvolvida.
por Susana Pereira, Fundadora da ACEGIS