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23,7% dos europeus vive em risco de pobreza e exclusão social
Apesar de a União Europeia ser uma das regiões mais ricas do mundo, 23,7% vive em risco de pobreza e exclusão social.
Um dos objetivos da estratégia Europa 2020 é de reduzir, pelo menos, em 20 milhões o número de pessoas em risco ou em situação de pobreza e de exclusão social. Em Portugal, mais de um quarto da população portuguesa vive em situação de pobreza ou exclusão social.
Em 2015, e oito anos após o início da crise financeira e económica mais devastadora desde os anos 30 do século passado, cerca de 119 milhões de europeus estavam em risco de pobreza ou exclusão social.
São estes os dados divulgados hoje pelo Eurostat, no Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza.
Estes indicadores, evidenciam que os países da União Europeia (UE) estão longe de cumprir a Estratégia da Europa 2020 e o objetivo europeu de reduzir, pelo menos, em 20 milhões o número de pessoas em risco ou em situação de pobreza e de exclusão social. Encontrando-se agora, no mesmo nível, e como os mesmo indicadores antes do inicio da crise.
Entre o início da crise em 2008 e 2014 o número de europeus em risco de pobreza ou exclusão social aumentou sempre e de forma consecutiva. Nos anos de 2013 e 2014 registou uma taxa muita próxima dos 25%. Em 2014, mais de 122 milhões de europeus viviam em situação de pobreza ou exclusão social, uma taxa de (24,4%).
Apesar de a União Europeia ser uma das regiões mais ricas do mundo, 23,7% vive em risco de pobreza e exclusão social.
No final de 2015, a UE contava 118,76 milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, o equivalente a 23,7% da população. Uma recuperação para os níveis de 2008, depois dos aumentos consecutivos e constantes registados entre 2009 e 2014.
O relatório da Eurostat, destaca que em três países da UE mais de um terço da população vivem em risco de pobreza e exclusão social: Bulgária (41,3%), Roménia (37,3%) e na Grécia (35,7%).
Por sua vez, e com menores taxas de pobreza e exclusão social estão a República Checa (14%), a Suécia (16%), a Holanda e a Finlândia (16,8% cada).
A Pobreza e Exclusão Social em números – União Europeia
118,760 Milhões. É este o número de pessoas que no final de 2015 viviam em risco de pobreza a e exclusão social na Europa;
24,4% do sexo feminino. O risco de pobreza ou exclusão social afecta mais as mulheres (24,4%) do que os homens (23%);
26,9% Pobreza infantil. 26,9% das crianças e jovens (até aos 18 anos) vivem em risco de pobreza e exclusão social;
66,6% Desemprego. O desemprego é uma das principais causas para o risco de pobreza e exclusão social. Porém, as novas configurações do mercado de trabalho, que se carateriza pela precariedade e instabilidade laboral, são conducentes a situações de pobreza e exclusão social;
Em 2015, 12,5% dos europeus com emprego encontram-se em risco de pobreza ou exclusão social.
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- Em Portugal, mais de um quarto da população portuguesa vive em situação de pobreza ou exclusão social.
Portugal está entre os 10 países da UE com mais pessoas em risco de pobreza e exclusão.
Mais de um em cada quatro portugueses (26,6%) está em risco de risco de pobreza ou exclusão social. O que coloca Portugal entre os 10 países da UE com mais pessoas em risco de pobreza e exclusão, com uma diferença de 2,9% em relação à média da UE de 23,7%.
Em comparação com 2008, o número de portugueses em risco de pobreza ou exclusão teve mesmo um ligeiro aumento de o,6 pontos percentuais. O aumento dos 26%, de antes da crise, para os 26,6%, coloca Portugal não só numa situação mais grave face à média europeia, bem como não reflete a tendência recuperação da UE para os números de 2008, antes do inicio da crise.
Em Portugal, mais de um quarto da população portuguesa, 2,76 milhões, vive em situação de pobreza ou exclusão social. Maior impacto é sentido por crianças (29,6%) e por mulheres (27,35).
Não podemos deixar de salientar, e ver com preocupação o número de pessoas que mesmo tendo trabalho, se encontram em situação de pobreza ou exclusão social. Ter emprego, não é suficiente para reduzir o risco de pobreza e exclusão social. Esta é uma das principais consequências da crise económica, que se tem vindo a traduzir no corte salarial, e no crescimento de formas contratuais atípicas assente na precariedade e em salários baixos.
De facto, a crise económica e financeira, refletiu-se na recomposição e em novas configurações do mercado de trabalho e emprego.
A precariedade e instabilidade laboral, e a consequente perda de equilíbrio de rendimentos devido às política de recessão económica, atira muitos portugueses para a pobreza e exclusão social. Em 2015, 14,8% dos portugueses com emprego encontram-se em risco de pobreza ou exclusão social.
- A Pobreza e Exclusão Social em números – Portugal
2,760 milhões . É o número de pessoas que em Portugal, no final de 2015, vivam em risco de pobreza ou exclusão social;
27,3% do sexo feminino. O risco de pobreza ou exclusão social afecta mais as mulheres (27,3%) do que os homens (25,9%);
29,6% Pobreza infantil. 29,9% das crianças e jovens (até aos 18anos) vivem em risco de pobreza e exclusão social;
60,5% Desemprego. O desemprego é uma das principais causas para o risco de pobreza e exclusão social. Porém, as novas configurações do mercado de trabalho, que se carateriza pela precariedade e instabilidade laboral, são conducentes a situações de pobreza e exclusão social;
Em 2015, 14,8% dos portugueses com empregado encontram-se em risco de pobreza ou exclusão social.
A Pobreza e Exclusão Social – Principais Conclusões
Apesar de a União Europeia ser uma das regiões mais ricas do mundo, 118,76 milhões de pessoas da em risco de pobreza ou exclusão social, o equivalente a 23,7% da população. Um número tão elevado de pessoas que vivem em situação de exclusão social prejudica a coesão social e limita o potencial de crescimento e desenvolvimento dos estados.
Estes indicadores, são ainda mais relevantes atendendo a que a Europa está empenhada em assegurar a recuperação da crise económica e financeira dos últimos oito anos.
Os chefes de Estado e de Governo comprometeram-se a tirar da pobreza e da exclusão social, pelo menos, 20 milhões de pessoas na próxima década. Cumprir este objectivo exige o estabelecimento de metas e medidas ambiciosas que permitam o seu cumprimento. Acresce que a luta contra a pobreza e exclusão social, tem de ser encarada como parte integrante da estratégia global de recuperação económica e social da Europa.
É necessário fazer uma reflexão na natureza multidimensional da pobreza e da exclusão social para melhor avaliar o papel e a eficácia das políticas socais até agora delineadas, e cumprir os objectivos de redução da pobreza e exclusão social traçados para 2020, definidos na estratégia Europa 2020.
Nesse sentido, e atendendo aos indicadores divulgados pelo Eurostat, no Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza, a ACEGIS destaca os três factores–chave que entendemos serem determinantes na adoção de medidas e política ativas e mais eficazes no combate à pobreza e à exclusão social.
1. Promover o crescimento inclusivo
A crise económica e financeira afectou com maior intensidade os mais vulneráveis, aumentando, assim, as desigualdades sociais. Como tal, entendemos que é necessário reforçar as políticas de apoio e os sistemas de proteção social de forma a promover o crescimento e reforçar a coesão social.
Um número tão elevado de pessoas a viver em situação de pobreza exclusão social, não só contribui para o aumento das desigualdade sociais, bem como pesa negativamente no crescimento económico traduzindo‑se num enorme desperdício de potencial humano e numa redução da mobilidade social.
2. Promover políticas de emprego e emprego de qualidade
O desemprego é um dos factores preponderantes e que aumenta de forma significativa o risco de pobreza e exclusão social. 66,6% das pessoas em risco de pobreza ou exclusão na UE, não têm emprego.
O risco de pobreza ou exclusão social que os desempregados em idade ativa enfrentam é cinco vezes superior à dos que os que têm emprego (66,6%, contra 12,5%).
No entanto, ter um trabalho nem sempre é uma garantia contra a pobreza, 12,5% dos empregados encontram-se em risco de pobreza ou exclusão na UE.
Assim, entendemos que é necessário refletir sobre a recomposição e em novas configurações do mercado de trabalho e emprego, de forma a garantir que aqueles que trabalham ganhem um salário justo.
Os problemas da precariedade do mercado de trabalho, assente em salários baixos e em novas formas e modelos contratuais atípicos e precários, contribuiu decisivamente para o aumento das desigualdades e o agravamento da pobreza e exclusão social.
3. Combate à pobreza infantil
Interromper a transmissão intergeracional da pobreza e assegurar oportunidades justas para todos reveste-se da maior importância. Consideramos, pois prioritária a intervenção durante a infância e juventude como estratégia vital no combate à pobreza e exclusão social a médio e longo prazo.
Em 2015, 26,9% das crianças e jovens (até aos 18 anos) da UE vivem em risco de pobreza e exclusão social.
Defendemos a inclusão ativa nas políticas de crescimento económico, e políticas ativas de emprego de qualidade, enquanto factores-chave para alcançar a meta de redução da pobreza da UE em 2020. Combater a pobreza infantil e melhorar os níveis de educação são igualmente factores decisivos que contribuirão para reduzir pobreza a médio e longo prazo.
Lutar contra a pobreza e exclusão social, tem de ser encarada como parte integrante da estratégia global de recuperação económica e social da Europa e de todos os Estado-Membro num esforço conjunto.
Só assim, será possível alcançar a meta estipulada e de reduzir, pelo menos, em 20 milhões o número de pessoas em risco ou em situação de pobreza e de exclusão social, nos próximos quatro anos, em 2020.
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Faça aqui Download dos dados divulgados pela Eurostat, esta segunda-feira, 17 de outubro dia internacional para a Erradicação da Pobreza.
por Susana Pereira, Fundadora da ACEGIS
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