Guerra na Síria: cidade de Alepo corre o risco de destruição total
Enviado especial da ONU na Síria alerta para a possibilidade da destruição total de Alepo. Correndo o risco de desaparecer do mapa, em apenas dois meses. Uma cidade totalmente destruída. Essa poderá ser a imagem que o mundo vai ver, no dia de Natal.
O enviado especial da ONU para a Síria afirmou esta quinta-feira que Alepo enfrenta a possibilidade de destruição total. Correndo o risco de desaparecer do mapa, em apenas dois meses.
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“O que poderá acontecer se os bombardeamentos continuarem? Depois de dois meses, dois meses e meio de ataques de tal intensidade, Alepo poderá acabar completamente destruída”
Staffan de Mistura
Há um mês, e a poucos meses do fim do mandato de Barack Obama renascia a esperança de haver um entendimento ente as duas grande potências para a paz na Síria. Após difíceis negociações, os Estados Unidos e a Rússia anunciavam uma trégua nos combates, que afectavam mais intensamente a cidade de Apelo.
A 9 de setembro, John Kerry (dos Estados Unidos) e Sergei Lavrov (da Rússia) firmavam um acordo em Genebra, que previa, para além do cessar-fogo temporário, a cooperação militar, entre os dois países, contra os extremistas, a prestação de ajuda humanitária à cidade síria de Alepo.
A 12 de setembro entrava em vigor um período de tréguas. Começava-se a preparar a entrega de ajuda humanitária nas áreas sitiadas, nomeadamente em Alepo. O acordo de cessar-fogo na Síria, era apresentado como a “última oportunidade” para fazer sair o país do caos e acabar com cinco anos de uma guerra devastadora.
Depois de uma curta trégua, e de acusações de violação da mesma, o ataque a um “comboio” de ajuda humanitária, a 19 de setembro punha um ponto final nas escassas esperanças do cessar-fogo. O bombardeamento atingiu pelo menos 18 dos 31 camiões que transportavam roupas, medicamentos e alimentos, para apoiar cerca de 78 mil pessoas.
As Nações Unidas suspendiam de imediato todos os envios de comboios humanitários na sequência do ataque. Desde 22 de setembro, as bombas não pararam de cair sobre a cidade de Alepo. Deixando um rasto de destruição avassaladora. Os Capacetes Brancos da Síria alertavam que os habitantes de Alepo estavam “apenas à espera de ser mortos”.
A zona rebelde do leste de Alepo era flagelada por uma ofensiva das forças governamentais com o apoio da aviação russa, incluindo diversos ataques a instalações hospitalares.
Esta segunda-feira, 3 outubro, um ataque aéreo atingiu um dos maior hospital da cidade de Alepo. De acordo com Adham Sahloul, porta-voz da ONG Sociedade Médica Sírio-Americana, este e outro hospital encontram-se fora de serviço, e já tinham sido atingidos anteriormente.
Também o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, denunciou os últimos ataques contra hospitais na cidade de Alepo, e denunciou o que chama de crimes de guerra na Síria, considerando que que a situação é piot do que a de “um matadouro é inclusive mais humana.
“Imaginem um matadouro. O que está a acontecer é pior. Um matadouro é inclusive mais humano. Hospitais, clínicas, ambulâncias e pessoal médico em Aleppo estão sob ataque, sem trégua”
Ban Ki-moon
As Nações Unida, estimam que entre 250 mil e 275 mil pessoas continuam no leste de Alepo, cercadas pelas tropas do regime e impossibilitando o envio da ajuda humanitária.
Em agosto deste ano, um menino de cinco anos vítima de um bombardeamento, em Alepo, tornando-se o rosto do sofrimento humano na guerra civil síria, que se arrasta há cinco anos. A imagem tornou-se viral. As redes sociais, clamaram justiça, exigindo intervenção imediata, mas pouco ou nada se fez.
Alepo enfrenta agora a possibilidade de destruição total. Corre o risco de desaparecer do mapa, em apenas dois meses. Uma cidade totalmente destruída.
Essa poderá mesmo ser a imagem que o mundo vai ver, no dia de Natal. A cidade de Alepo não terá Natal.
por, Susana Pereira
Fundadora da ACEGIS
Atualização | Update: Guerra na Síria
12 de outubro de 2016
Guerra na Síria: agravamento das relações tensão entre a Rússia e Estados Unidos
A Turquia declarou hoje recear que a guerra na Síria evolua para um confronto mundial.
Continuamos a acompanhar com grande preocupação as últimas notícias que nos chegam, dando conta do agravamento do conflito, e do receio que evolua para um confronto mundial.
Esta quarta-feira, o vice-primeiro-ministro da Turquia, Numan Kurtulmus, afirmou que o conflito sírio colocou o mundo “à beira de uma vasta guerra regional ou mundial”.
“Se a guerra por procuração prosseguir, deixem-me ser claro, a América e a Rússia vão chegar a uma guerra”.
Atualização | Update: Guerra na Síria
14 de dezembro de 2016
A destruição da Alepo continua. O silêncio impera.
Em outubro alterávamos que Alepo enfrentava a possibilidade de destruição total. Correndo o risco de desaparecer do mapa, em apenas dois meses.
“Uma cidade totalmente destruída. Essa poderá mesmo ser a imagem que o mundo vai ver, no dia de Natal.”Dois meses depois a destruição continua diante do silêncio da comunidade internacional.
Os apelos à criação de corredores humanitários não têm sido escutados e milhares de vidas inocentes estão em risco.
A situação piora a cada hora que passa para os civis encurralados em Alepo.
“Alepo está numa situação de urgência absoluta: cerca de 100.000 pessoas estão ainda presas num território de cinco quilómetros quadrados”, disse à AFP a presidente dos Médicos do Munde, Françoise Sivignon, pedindo a retirada dos civis daquele “inferno”.
http://edition.cnn.com/2016/12/13/world/aleppo-destroyed-by-worlds-silence-twitter/index.html?sr=twcnni121416aleppo-destroyed-by-worlds-silence-twitter0554PMVODtopLink&linkId=32384285
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