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Portugal 2016: em média, duas mulheres assassinadas por mês

Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres

Dados do Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR dão conta que só este ano 22 mulheres foram assassinadas, na sua maioria às mãos de atuais ou ex-companheiros, 23 escaparam a tentativas de homicídio.

 

Portugal 2016: em média, duas mulheres assassinadas por mês- ACEGIS


 

Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999, com vista a chamar a atenção da sociedade para as várias formas de violência de que as mulheres são vítimas.

A violência contra as mulheres constitui uma violação dos seus direitos e liberdades fundamentais, bem como uma atentado contra a dignidade e direitos da mulher.

A comemoração do 25 de novembro mais do que homenagear todas as mulheres e meninas vítimas de violência, visa alertar para a persistente visão de subalternidade da mulher na sociedade e, desse modo, legitimar a violência.

Mais de 450 mulheres assassinadas nos últimos 12 anos em Portugal Só nos últimos 12 anos, 454 mulheres foram assassinadas em Portugal e 526 foram vítimas de tentativa de homicídio, a maioria por parte de homens com quem viviam uma relação de intimidade.

Estes são os números divulgados esta quinta-feira do Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) União de Mulheres Alternativa e Resposta – UMAR.

 

Portugal 2016: em média, duas mulheres assassinadas por mês


 

Dados do Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR dão conta que só este ano 22 mulheres foram assassinadas, na sua maioria às mãos de atuais ou ex-companheiros, sendo que outras 23 escaparam a tentativas de homicídio.

De 1 de janeiro a 20 de novembro de 2016, o OMA contabilizou um total de 22 femicídios e mais 23 tentativas de homicídio. Em média, foram verificados dois homicídios por mês, sendo que 45% das vítimas (10) tinham mais de 65 anos, 23% (cinco) entre os 36 e 50 anos e 14% (três) entre os 24 e os 35 anos.

Em 64% dos casos, a vítima tinha uma relação de intimidade com o agressor, e a maioria dos crimes – 86%- ocorreu em casa.

O observatório verificou que 2016 foi o ano que registou o menor número de tentativas de homicídio, perfazendo uma média de dois crimes na forma tentada por mês em Portugal, quando a média registada nos anos anteriores era de três crimes por mês.

Vítimas de violência doméstica demoram entre dois a seis anos a denunciar crimes

A forma mais comum de violência sofrida pelas mulheres é a violência exercida pelo seu parceiro, na intimidade, que, por vezes, culmina na morte. A única forma de reduzir drasticamente os números da violência contras as mulheres, é através da denúncia e não silenciar o flagelo da violência.

No entanto, a maioria das vítimas de violência doméstica espera entre dois a seis anos para procurar ajuda e denunciar o crime. E mais de uma centena de mulheres demoraram mais de 40 anos a até apresentar queixa por violência doméstica. Os dados constam do relatório da Associação de Apoio à vítima (APAV) – Vítimas de Violência Doméstica 2013-2015.

O número de casos de violência continuada tem, de resto, vindo a aumentar, ano após ano. Em 2013, a APAV sinalizou 7.271 situações, em 2014 7.238 e no ano passado 7878.

Neste período, a APAV registou 22.387 processos de apoio a vítimas de violência doméstica, uma média de 49 queixas de violência doméstica por dia.

 

 

A violência contra a mulheres é uma violação dos direitos fundamentais das mulheres.  

O impacto da violência perpetrada contra as mulheres não se limita às vítimas diretamente envolvidas, afetando famílias, amigos/as e a sociedade no seu conjunto.

Hoje, no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, dizemos: basta!

 

Quebre o silêncio!


 

Documentos para Download:

Relatório APAV (2016): Vítimas de Violência Doméstica 2013-2015

Relatório Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) – UMAR (2016): Relatório preliminar (01 de Janeiro a 20 de Novembro de 2016)

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