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Assinalam-se, hoje, 9 de janeiro, os 116 anos do nascimento de Simone de Beauvoir. Escritora, filósofa, existencialista e feminista francesa. Mais do que uma referência do pensamento feminista, uma inspiração e um símbolo da luta pela liberdade, igualdade e direitos das mulheres.

Simone de Beauvoir: um marco incontornável para o pensamento feminista do século XX.

Simone Lucie Ernestinede Marie Bertrand de Beauvoir (1908-1986), escritora, filósofa, existencialista e feminista francesa. Nasceu em Paris, França, no dia 9 de janeiro de 1908, no seio de uma família da aristocracia francesa.

Estudou Filosofia na Sorbonne, onde conheceu Sartre, companheiro de toda a vida e com quem viveu uma relação célebre pelos seus padrões de abertura e honestidade.

Foi ativista no movimento francês de emancipação das mulheres, nos anos de 1970, e serviu de modelo e de influência aos movimentos feministas do século XXI.

 

Simone de Beauvoir (1908-1986)

“Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.”

Em 1949, Simone de Beauvoir publica “O Segundo Sexo”, a obra torna-se um marco incontornável para o pensamento feminista na qual trata as questões ligadas à opressão e às desigualdades entre homens e mulheres, que estão na base da construção das categorias sociais e culturais subjacentes ao “feminino” e às “mulheres”.

Simone de Beauvoir recusa assumir um papel “naturalmente predestinado” e de subalternidade da mulher, veiculado por uma sociedade patriarcal e de dominação masculina, na qual a mulher é vista como um segundo sexo. 

Ao afirmar “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, Simone de Beauvoir abre caminho à teorização das relações sociais de sexo e da opressão da mulher em função do determinismo biológico, no qual a mulher é relegada para um papel de subalternidade e vista como um segundo sexo.

A tomada de consciência dos mecanismos sociais na reprodução de estereótipos de género, no que é suposto “ser ou fazer” em função do determinismo biológico, e assente numa visão dicotómica homem/mulher ainda está muito presente na nossa sociedade.

Em pleno século XXI as mulheres ainda continuam a ser vistas como um segundo sexo.

Continuam a estar sub-representadas em cargos de decisão ou cargos de chefia, tanto na política como nas empresas. Continuam a ganhar em média menos 16,3% do que os homens.  E a violência contra as mulheres continua a ser um fenómeno generalizado.

Vivemos no século XXI, por isso temos de assumir uma perspetiva do século XXI na construção de uma sociedade desprovida de preconceitos e estereótipos.

Uma sociedade que rompa com o determinismo biológico em que o mais importante seja a liberdade e a possibilidade de escolha. Em suma, uma sociedade “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.”

 
 

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