Servidão, trabalho forçado, exploração e abuso de poder. A negação dos direitos e da dignidade do ser humano, por uma empresa premiada pelo IAPMEI com o certificado de excelência.
O caso é denunciado pelo Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, que descreve as condições a que a que a trabalhadora foi submetida como um “ verdadeiro inferno”.
A mulher foi também sujeita a condições de trabalho diferentes das que têm os restantes funcionários da empresa, não podendo, por exemplo, usar a principal casa de banho.
O Sindicato revela ainda que “os demais funcionários da empresa foram ‘convidados’ a não falar com a trabalhadora e foi-lhe proibido utilizar o parque de estacionamento usado por todos os outros”.
O Sindicato dos Operários Corticeiro do Norte diz que que a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) de São João da Madeira já efetuou duas visitas inspetivas à corticeira, tendo elaborado um Auto de Notícia por assédio moral, mas que nada mudou.
Na denúncia, o sindicato sublinha que “a entidade patronal quer, assim, ‘vencer pelo cansaço’ a trabalhadora, o que não conseguiu pelos tribunais”.
Os factos são negados pela empresa. Ao JN, Vítor Martins, diretor financeiro da corticeira, diz que as acusações são falsas. “É tudo falso e já encaminhamos o assunto para o nosso departamento jurídico”, disse acusando Cristina Tavares de mentir.
O responsável acrescenta ainda que a ACT tinha informado a empresa que o processo por assédio moral tinha sido arquivado.