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Nobel da Paz 2018: Yazidi Nadia Murad e o médico congolês Denis Mukwege foram distinguidos pela luta contra a utilização da violência sexual como arma de guerra.
Uma em cada cinco refugiadas é vítima de violência sexual no mundo. A atribuição do Nobel da Paz a Nadia Murad e Denis Mukwege representa o reconhecimento das suas vozes na luta contra a cultura de silêncio da violência sexual de milhões de meninas e mulheres nos conflitos armados.
O Comité Norueguês do Nobel decidiu atribuir o galardão ao cirurgião congolês Denis Mukwege e à ativista da minoria religiosa yazidi Nadia Murad pelos seus esforços no combate à violência sexual nos conflitos armados.
A ex-escrava sexual do grupo extremista do Estado Islâmico Nadia Murad e o médico ginecologista Denis Mukwege ganharam o Prémio Nobel da Paz 2018 pelos seus esforços na erradicação da violência sexual como arma de guerra e em contexto de conflitos armados.
“Cada um deles contribuiu à sua maneira para dar maior visibilidade à violência sexual em tempo de guerra para que os seus responsáveis respondam pelas suas acções”, justificou o comité quando apresentou o prémio.
Mukwege tornou-se no “símbolo mais unificador da luta para acabar com a violência sexual nas guerras”.
Denis Mukwege, de 63 anos, é um médico ginecologista congolês que tem desenvolvido uma ação humanitária na República Democrática do Congo, onde trata mulheres vítimas de violação.
Durante os 12 anos de guerra tratou mais de 21.000 mulheres, algumas mais do que uma vez, chegando a fazer mais de 10 cirurgias por dia.
Mukwege também já foi galardoado com os prémios Olof Palme (2008), Sakharov (2014) e veio a Portugal receber o Prémio Calouste Gulbenkian em 2015.
“Nadia é a testemunha que denuncia os abusos cometidos contra si e outras”, afirmou a porta-voz do Comité Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen.
Nadia Murad, de 25 anos, é membro da minoria étnica Yazidi. Foi raptada pelo Estado Islâmico em 2014, no Iraque, tendo sido repetidamente violada por membros do grupo. Os abusos sexuais foram sistemáticos e fizeram parte de uma estratégia militar como uma arma na luta contra os yazidis, bem como de outras minorias religiosas.
Após sobreviver a três meses de escravidão sexual, tem voz ativa pela causa yazidi na denúncia da violência sexual como uma arma de guerra.
Em setembro de 2016 foi nomeada Embaixadora da Boa-Vontade das Nações Unidas, com a pasta da defesa das vítimas de tráfico humano. No mesmo ano venceu, em conjunto com a sua amiga Lamia Haji Bachar, o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu em 2016.
A atribuição do Nobel da Paz a Nadia Murad e Denis Mukwe representa o reconhecimento das suas vozes na luta contra a cultura de silêncio da violência sexual de milhões de meninas e mulheres nos conflitos armados.
De acordo com os dados do último relatório da ACNUR (a Agência da ONU para Refugiados), “Tendências Globais” (2016), 49% das pessoas refugiadas eram mulheres. Estima-se que uma em cada cinco mulheres refugiadas – ou deslocadas em complexos contextos humanitários – tenham sofrido violência sexual. (Dados da ACNUR)
A violência contra as mulheres e as raparigas é uma ameaça persistente e um obstáculo para alcançar a igualdade de género, que se encontra enraizada nas relações de poder desiguais entre homens e mulheres.
A violência contra as mulheres é uma das violações dos direitos humanos mais persistentes e devastadores que atenta contra a dignidade e os direitos das mulheres.
O flagelo da violência contra as mulheres, no qual se incluem o casamento infantil, a violência doméstica, mutilação genital feminina e o tráfico de seres humanos, impede os países de alcançarem a estabilidade social e o desenvolvimento económico.
É imprescindível garantir que todas as mulheres e meninas refugiadas tenham acesso à proteção jurídica e social, independentemente de sua nacionalidade, religião, raça, identidade sexual e de género, origem social, etnia ou qualquer outra característica que atenta contra as várias formas de violência das mulheres.
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