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Barómetro da APAV revela que maioria das vítimas de discriminação e de crimes de ódio não apresenta queixa às autoridades competentes

O barómetro APAV/Intercampus sobre “Perceção da População sobre Discriminação e Crimes de Ódio”, foi divulgado hoje – Dia Europeu das Vítimas de Crime

O barómetro da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e Intercampus  “Perceção da população sobre discriminação e crimes de ódio”, revela que 97% das 810 pessoas inquiridas conhecem ou já ouviram falar de discriminação, crime de ódio ou violência discriminatória.

No entanto, a maioria dos crimes continuam a não ser denunciados ou objeto de qualquer processo judicial.

Mais de metade das pessoas inquiridas que admitiram ter sido vítimas ou conhecer quem tenha sido vítima não apresentaram queixa às autoridades competentes.

 

Os dados do barómetro mostram que, entre as 784 pessoas (97%) que admitiram conhecer ou já ter ouvido falar destes conceitos, 31% disseram conhecer alguém que já foi vítima de algum desses atos, enquanto 7% revelaram  já terem sido vítimas. 

Por outro lado, 64% afirmaram ter sido vítimas ou conhecer alguém vítima de discriminação, 21% de crimes de ódio/violência discriminatória e 14% de ambos.

Quando questionados/as sobre que práticas discriminatórias aconteceram, 31% referiram impedimento ou limitação ao acesso e exercício normal de uma atividade económica,  28% falaram em recusa no acesso a locais públicos ou abertos ao público e 18% recusa de acesso a bens e serviços, sendo a principal motivação identificada como origem racial / étnica.

 

Etnia, Orientação Sexual e Identidade de Género no topo das queixas

 

Com base nos resultados do barómetro, as pessoas queixam-se, na sua maioria, de que foram discriminadas tendo por base preconceitos relacionados com origem racial/étnica (30%), orientação sexual (19%) ou a identidade de género (16%).

Maioria das vítimas de discriminação e de crimes de ódio não apresenta queixa às autoridades competentes

 

Uma elevada percentagem de pessoas (52%) que disseram não ter feito queixa às autoridades, 28% das quais porque não deram importância à situação, mas também porque não sabiam como o fazer (5%) ou porque não sabiam se era crime (10%).

Sobre a ocorrência de Crimes de Ódio / Violência Discriminatória os comportamentos maioritariamente identificados foram Insultos ou agressões verbais (55%) e agressões físicas (41%), também na sua maioria motivados pela origem racial / étnica.

O contexto de ocorrência dos crimes é maioritariamente identificado como via pública (44%), sendo a residência da vítima e o local de trabalho da vítima também identificados com alguma expressão (23% e 19%, respetivamente).

 

Os resultados do barómetro da APAV/Intercampus foram apresentados esta sexta-feira de manhã, Dia Europeu da Vítima de Crime, no âmbito do seminário-debate sobre crimes de ódio promovido pela APAV. 

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