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Atualmente, quase 25 milhões de crianças na União Europeia vivem em agregados familiares com baixos rendimentos, em que as condições de vida são inaceitáveis e a fome é frequente. De acordo com o último relatório da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia, a inadequação dos sistemas de educação e de cuidados de saúde ameaça os direitos fundamentais das crianças, privando-as de oportunidades de escapar ao ciclo de pobreza.
«A pobreza infantil não tem cabimento na Europa, uma das regiões mais ricas do mundo», afirma o Diretor da FRA, Michael O’Flaherty. «Temos os meios necessários para ajudar a pôr fim às condições deploráveis enfrentadas por um grande número de crianças europeias. É necessário adotar medidas para que a UE e os respetivos Estados-Membros honrem os seus compromissos de defesa dos direitos das crianças para lhes dar um futuro melhor.»
O relatório «Combating child poverty: an issue of fundamental rights» [Combater a pobreza infantil: uma questão de direitos fundamentais] destaca o facto de uma em cada quatro crianças com menos de 18 anos estar em risco de pobreza ou de exclusão social, em toda a UE. Em alguns Estados-Membros, como a Roménia, esse número sobe para uma em cada duas crianças. Embora todas as crianças possam ser afetadas pela pobreza, alguns grupos, como as crianças de etnia cigana e migrantes, enfrentam um risco ainda maior. Um inquérito levado a cabo pela FRA revelou que mais de 90% das crianças de etnia cigana em nove Estados-Membros vivem em situação de pobreza.
O relatório sublinha o facto de o combate à pobreza infantil estar estreitamente ligado à defesa dos direitos fundamentais da criança. Propõe igualmente medidas que podem ser implementadas pela UE e pelos seus Estados-Membros para resolver esta questão:
O relatório refere ainda de que forma o pilar europeu dos direitos sociais pode contribuir para garantir que as crianças têm o direito de ser protegidas da pobreza. Os debates sobre a orientação dos fundos da UE prenunciam também uma oportunidade de ajudar as crianças a escapar à pobreza.
Corrigir as desigualdades e a pobreza infantil contribui inegavelmente para reduzir a pobreza e a exclusão social, com benefícios a longo prazo para as crianças, famílias e sociedade em geral.
Num contexto de sociedades envelhecidas como as europeias não podemos permitir o desperdício do potencial de 25 milhões de crianças. As crianças que crescem num ambiente de pobreza e exclusão social têm menos probabilidades de alcançar o sucesso na escola e de se inserirem na sociedade, correndo o risco de permanecerem na pobreza e exclusão social.
Entendemos, por isso, que a adoção de estratégias integradas que combinem a ajuda prestada aos pais para integrarem o mercado de trabalho, com apoios adequados ao rendimento e ao acesso a serviços essenciais nos domínios da educação e nos cuidados de saúde, não são apenas um investimento social. São determinantes para o desenvolvimento económico das sociedades.
Prevenir a transmissão das desigualdades através das gerações é um investimento crucial para o futuro da Europa.
A Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais (na sigla em inglês, FRA), é um organismo independente, financiada pelo orçamento da UE, e tem como missão proporcionar às instituições e estados-membros da UE informação, assistência e competências no domínio dos direitos fundamentais.
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