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Nascida a 26 de junho de 1938, em Lisboa, Maria Velho da Costa era licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e tinha o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi ajunta do secretário de Estado da Cultura do Governo de Maria de Lourdes Pintasilgo (1979).
Ficcionista, ensaísta e dramaturga, é coautora, com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta, de Novas Cartas Portuguesas (1972), um livro que se tornou um marco no nosso país pela abordagem da situação das mulheres nas sociedades contemporâneas e que viria a ser apreendido pela polícia política do antigo regime pelo seu «conteúdo insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública».
Senhora de uma obra com uma energia sem paralelo, Maria Velho da Costa é responsável por alguns dos romances mais importantes do panorama literário contemporâneo, como Maina Mendes (1969), Casas Pardas (1977), ou Missa in Albis (1988), bem como por várias obras de prosa poética, contos, crónicas, análise social e, mais recentemente, teatro (Madame, de 1999, em que faz encontrar em cena duas personagens femininas dos autores maiores do realismo em língua portuguesa: Eça de Queirós e Machado de Assis).
Foi galardoada, em 1997, com o Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora, pelo conjunto da sua obra. Em 2002 foi distinguida com o Prémio Camões, cujo júri lhe elogiou «a inovação no domínio da construção romanesca, no experimentalismo e na interrogação do poder fundador da fala».
Faleceu a 23 de maio de 2020, aos 81 anos.
A obra torna-se um símbolo e um marco incontornável na história do feminismo em Portugal. Há um antes e um depois destas três extraordinárias Marias. Obrigada, Maria Velho da Costa.
por, Susana Pereira,
Fundadora da Associação ACEGIS
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