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Número de pessoas afetadas pela fome pode subir para os 265 milhões em 2020
O número de pessoas afectadas pela fome poder subir para os 265 milhões em 2020, um aumento de 135 milhões de pessoas face a 2019.
A pandemia covid-19 pode fazer duplicar o número de pessoas que passam fome no mundo, passando de 135 milhões de pessoas no final de 2019 para 265 milhões em 2020.
A conclusão faz parte do Relatório Global de Crises Alimentares, publicado pelo Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, e outros parceiros.
Conflitos, alterações climáticas e instabilidade económica causaram um aumento do número pessoas em situação de extrema insegurança alimentar e com necessidade de ajuda para sobreviver.
Pelo quarto ano consecutivo, houve um aumento da fome no mundo. O número de pessoas em situação de emergência alimentar aumentou para 135 milhões em 2019.
Em 2016, o primeiro ano em que o rela foi realizado, havia 108 milhões de pessoas em situação emergência alimentar em 48 países; em 2019, totalizaram 135 milhões em 55 países. Além da intensificação de conflitos e da instabilidade económica, a maior frequência de eventos climáticos adversos devido às alterações climáticas são algumas das justificações para este aumento.
“Os conflitos ainda eram o principal motor das crises alimentares em 2019, mas as condições climáticas extremas e os choques económicos tornaram-se cada vez mais importantes”, refere o relatório.
Os dados do ano passado mostram que a guerra foi de longe a maior causa de insegurança alimentar aguda: 77 milhões de pessoas foram afetadas pela fome devido a esta causa. Aproximadamente 34 milhões de pessoas estão em territórios afectados pelas alterações climáticas e 24 milhões de pessoas são diretamente afectadas pelas crises económicas.
África era a região mais tocada pela situação de “insegurança alimentar aguda”, com 73 milhões de pessoas afetadas, mais da metade do total citado no relatório. Neste continente encontra-se o país com a maior proporção de sua população em situação extrema.
Entre os países cuja população é mais afetada por esse flagelo estão o Sudão do Sul (61%), o Iémen (53%), o Afeganistão (37%), mas também a Síria, o Haiti, a Venezuela, a Etiópia, a República Democrática do Congo o Sudão e a parte norte da Nigéria.
265 milhões de pessoas podem sofrer extrema insegurança alimentar, perder seus meios de subsistência e precisar de ajuda urgente em 2020 devido à pandemia.
O efeito da pandemia na crise alimentar
A pandemia de covid-19 pode fazer duplicar o número de pessoas que passa fome no mundo, passando de 135 milhões de pessoas no final de 2019 para 265 milhões em 2020. O relatório alerta sobre o factor agravante e o impacto da pandemia do novo coronavírus, que provoca a doença covid-19.
“A covid-19 é potencialmente catastrófica para milhões que já estão no limite. É um golpe para muitos outros milhões que apenas se podem alimentar se ganharem um ordenado. Restrições e a recessão económica global já dizimaram as suas poupanças. Apenas é necessário mais um choque — como a covid-19 — para os empurrar para o precipício. Temos de agir colectivamente para mitigar o impacto global desta catástrofe”, afirmou Arif Husain, responsável pela área económica desta entidade da ONU.
À medida que a pandemia desacelera as economias, o acesso aos alimentos será afetado negativamente pelas reduções de rendimentos e perda de emprego, bem como pela disponibilidade de alimentos nos mercados locais. Os esforços devem se concentrar no apoio ao acesso a alimentos para as pessoas em situação de pobreza e vulnerabilidade social seja minimizada em função dos impactos da pandemia.
A implementação de medidas adequadas de proteção social é fundamental para salvar vidas e meios de subsistência, de forma a evitar uma maior disseminação da pobreza e da fome no mundo. É necessária uma ação coletiva decisiva de forma a garantir que esta pandemia não ameace a segurança e nutrição alimentar, bem como melhorar a resiliência a choques futuros.
O relatório foi escrito antes da pandemia de covid-19 e não tem em consideração o seu potencial impacto nos países mais frágeis.
“Relatório Global sobre Crises Alimentares 2020”
A edição 2020 do Relatório Global sobre Crises Alimentares descreve a escala da fome aguda no mundo. O relatório fornece uma análise dos fatores que contribuem para as crises alimentares em todo o mundo e examina como a pandemia do COVID-19 pode contribuir para sua perpetuação ou deterioração.
O relatório é produzido pela Rede Global contra Crises Alimentares, uma aliança internacional que trabalha para lidar com as causas da fome extrema.
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