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Homens continuam a liderar cargos de topo em Órgãos de Administração e de Fiscalização em Portugal
O mais recente estudo de Remuneração de Executivos de Topo da Mercer demonstra que 85% dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização em Portugal são homens; e ganham, em média, mais 20% do que as mulheres.
Homens ocupam 85% dos cargos de topo de empresas portuguesas
O mais recente estudo de Remuneração de Executivos de Topo, realizado pela Mercer, aponta uma elevada predominância de elementos do sexo masculino (85%) nos órgãos de administração e de fiscalização em Portugal. Este estudo, que tem por base a participação de mais de meia centena de organizações em Portugal, revela que o sexo feminino continua sub-representado nos papéis de liderança, embora se tenha registado um ligeiro aumento face ao último estudo realizado em 2017.
Este elevado rácio assume maior importância quando, considerando a Lei 62/2017, segundo a qual existe uma obrigatoriedade de cumprir os requerimentos dos reguladores que definem a proporção das pessoas de cada sexo designadas em razão das suas competências, aptidões, experiência e qualificações para os órgãos de administração e de fiscalização do setor público empresarial e das empresas cotadas em bolsa.

«As mulheres continuam sub-representadas nos papéis de liderança, demonstrando o desalinhamento existente na proporção entre homens e mulheres nomeados para estes cargos.»
De acordo com o estudo, das empresas portuguesas cotadas participantes são identificados rácios entre 20% e 30%, sendo que em alguns casos não existe representação de ambos os sexos nos órgãos de administração. De referir que a proporção de pessoas de cada sexo designadas para cada órgão de administração e de fiscalização de cada empresa não pode ser inferior a 33,3 %. Esta regra aplica-se a partir de 1 de janeiro de 2018 para organizações do setor público empresarial e a partir de 1 de janeiro de 2020 para empresas cotadas em bolsa.
No que diz respeito à remuneração fixa, em Portugal os homens em funções de administração e de fiscalização ganham em média mais 20%, relativamente às mulheres. Esta diferenciação verifica-se também ao incluir a remuneração variável, onde o gap aumenta para 30%.
Relativamente às diferentes componentes de remuneração, os administradores executivos representam, em média, uma remuneração variável anual com um peso de 45% face à remuneração fixa. Já para os colaboradores, a componente variável não representa, em média, mais do que 13% da respetiva remuneração fixa.
Relativamente ao gap salarial de remuneração fixa entre CEO e a média de colaboradores (exceto Comissão Executiva), verifica-se um rácio médio de 10x.
Para Tiago Borges, Career Business Leader da Mercer, “esta informação ganha especial relevância após a aprovação da Lei n.º 50/2020, que define que deve ser apresentada pelas empresas cotadas a informação da remuneração média de trabalhadores a tempo inteiro (excluindo os membros dos órgãos de administração e de fiscalização) de modo a permitir a sua comparação.”
Por outro lado, Diogo Alarcão, CEO da Mercer, refere como tendência ao nível da Compensação Executiva a crescente relevância da utilização de indicadores de Performance ligados a fatores ambientais, sociais ou de governance (ESG) que apesar de não ser prática comum no mercado nacional são uma realidade cada vez mais presente a nível europeu.
“A inclusão de indicadores de avaliação de performance ligados a fatores ambientais, sociais ou de governance (ESG) têm ganho relevância por toda a Europa, em alguns casos como resposta à pressão cada vez maior por parte dos investidores e acionistas para introdução deste tipo de indicadores.”, refere o CEO da Mercer, Diogo Alarcão.
O estudo Remuneração de Executivos de Topo contou com a participação de 55 organizações, duplicando o número de participantes da edição anterior, realizada em 2017 (28 participantes). Dos participantes, 8 são organizações que integram o PSI20.
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