Associação ACEGIS

11 de setembro

20 anos depois, o mundo em desordem

Em retrospetiva, o 11 de setembro foi um prenúncio do que estava por vir: a distância física e as fronteiras pouco contam na era global contra o terrorismo.

Esta semana marca o 20º aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Em direto, milhões de pessoas assistem ao maior ataque terrorista da história dos Estados Unidos e acordam para um mundo que parecia alterado para sempre.

 
Naquele dia, 19 terroristas assumiram o controlo de 4 aviões comerciais, dois voaram contra as torres do World Trade Center em Nova Iorque, atingiram o Pentágono com um terceiro, o quarto avião caiu num campo da Pensilvânia, depois de alguns passageiros e tripulantes terem tentado  controlar o aparelho, impedindo os terroristas de atingirem o seu alvo– acredita-se que planeavam fazer a aeronave colidir com o Capitólio.
 
No final do dia, 2.977 homens, mulheres e crianças inocentes foram mortos e mais de 6 mil pessoas ficaram feridas. 
 
Toda uma geração cresceu com a memória coletiva dos ataques terroristas,  mudou a vida de todos aqueles que foram vítimas ou perderam os seus entes queridos nos atentados, mas também de todos aqueles que perderam a vida nas guerras que se seguiram no Iraque e no Afeganistão. 
 
 
 
Em retrospetiva, o 11 de setembro foi um prenúncio do que estava por vir: a distância física e as fronteiras pouco contam na era global contra o terrorismo, marcada pela globalização do terror  e da violência.
 

Os ataques de 11 de setembro de 2001 foram um ato de violência devastador contra os Estados Unidos, e demonstraram que mesmo os países mais poderosos também são vulneráveis a ameaças fora de fronteiras. Em poucos dias, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declararia uma “guerra ao terror”, contra a Al-Qaeda e contra o “eixo do mal”, dando início à chamada guerra global contra o terrorismo.

Porém, seguiram-se outros ataques conduzidos pela Al-Qaeda,  incluindo os atentados à bomba em Madrid a 11 março de 2004, ao ataque terrorista de 7 de julho de 2005 que vitimou 52 pessoas no metro de Londres, até ao ataque em Paris ao Charlie Hebdo,  em janeiro de 2015, que pôs o mundo a gritar Je Suis Charlie.

Nos últimos anos testemunhamos uma onda de radicalização violenta e extremista por todo o mundo: a ascensão da jihad, do Estado Islâmico e de grupos radicais e violentos como o Boko Haram, que em 2014 raptaram 276 raparigas numa escola na Nigéria, e que motivou uma campanha de solidariedade internacional #BringBackOurGirls, exigindo a sua libertação.

20 anos depois, o mundo em desordem 

A luta contra o terrorismo e a violência extrema é uma guerra inacabada e continua a ser uma preocupação contínua. Desde a invasão ao Iraque, à ocupação do Afeganistão, ao fracasso da Primavera Árabe – que prometia acabar com o autoritarismo que muitos consideravam a raiz do jihadismo-, à crescente desestabilização nas regiões do Médio Oriente e do Norte de África, o regresso do terrorismo jihadista representa uma ameaça genuína. 

Após duas décadas de luta contra o terrorismo, num país onde tanto sangue foi derramado, a perspetiva de ressurgimento da Al-Qaeda e de grupos jihadistas no Afeganistão é a mais amarga das ironias. Com a saída calamitosa dos Estados Unidos do Afeganistão e o regresso de um governo Talibã ao poder, o risco de rejuvenescimento da jihad islâmica e de outros grupos violentos extremistas é real. Teme-se que o Afeganistão se transforme novamente no santuário do terrorismo internacional.

 

O  ataque do Estado Islâmico no aeroporto de Cabul, que causou pelos menos 72 mortos e cerca de 140 feridos, a poucos dias da retirada militar dos Estados Unidos, mostra que o Afeganistão continua a ser um porto de abrigo para grupos terroristas, e que  que o regime Talibã nunca rompeu verdadeiramente os laços com a jihad islâmica. O perigo dos grupos extremistas é real e, embora a liderança desses grupos tenha mudado, a sua doutrina extremistas e fundamentalista não mudou. 

O terrorismo islâmico nunca desapareceu do Afeganistão, haverá sempre uma resistência ativa. O Afeganistão continuará a ser um refúgio para terroristas determinados em conduzir a  eterna “guerra santa”.

 

por, Susana Pereira

Fundadora da ACEGIS

 
 

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