- geral.acegis@gmail.com
- (+351) 212 592 663
O Dia Internacional da Rapariga foi instituído pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011, com o objetivo de promover a proteção dos direitos das meninas e raparigas pelo mundo e a eliminação das discriminações de que ainda são alvo.
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável
Todos os dias, centenas de milhares de MENINAS em todo o mundo são prejudicadas física ou psicologicamente, com o pleno conhecimento e consentimento das suas famílias, amigos/as e comunidades. Por vezes, a agressão envolve mutilar os seus órgãos genitais, racionalizados como um ritual de passagem da infância para a condição de mulher adulta. Outras vezes, a prática envolve doar, vender ou trocar uma menina por dinheiro ou um objeto de valor, geralmente sob o nome de “casamento”. Muitas vezes, o dano é mais insidioso: uma preferência por filhos em vez de filhas, o que reforça atitudes negativas sobre o valor de mulheres e meninas na sociedade, e perpetua a desigualdade de género.
O que significa que, apesar de seus direitos humanos inerentes, o seu corpo, a sua vida e seu o futuro não lhe pertence. Vivemos em um mundo onde inúmeras dimensões de poder e escolha ainda são determinadas pelo sexo. A maioria das mulheres e meninas enfrenta algumas, se não muitas, barreiras à igualdade em virtude da discriminação. Entre as muitas causas e consequências da discriminação de género, as práticas nocivas são as mais insidiosas.
Tais práticas resultam em danos agudos e muitas vezes irreversíveis, mas podem ser aceitas como normais e até benéficas. Em muitos casos, elas incorporam a privação de poder de decisão e a desigualdade já no início da vida – no corpo e na mente traumatizada de uma criança ou adolescente. Quando adulta, e ao longo de sua vida, esses danos negam às mulheres as suas perspetivas de acesso à educação, de ter uma maternidade com segurança, de ganhar a vida com dignidade ou defender seus direitos. Casamentos infantis, prematuros e forçados, e a mutilação genital feminina, estão entre os exemplos mais proeminentes de práticas nocivas que surgem da falta de poder e direitos entre mulheres e meninas, e que agravam as desigualdades.
Práticas nocivas são, por vezes, realizadas por membros da família, comunidades religiosas, prestadores de serviços de saúde, empresas comerciais ou instituições do Estado. Não obstante a fonte, os governos são obrigados a pôr fim em tais práticas. Frequentemente, isso significa mais do que proibir formalmente por lei, embora esse seja um passo essencial para transformar todos os padrões de discriminação e de desigualdade entre homens e mulheres.
Eliminar estas práticas requer esforços intensivos no sentido de formar uma consciência crítica para não tolerar e não silenciar discriminação, e todas as formas de abuso e violência contra as mulheres e raparigas.
Em todo o mundo, uma em cada três mulheres ou raparigas já sofreram violência física ou sexual durante a sua vida, na maioria dos casos foi cometida pelo seu parceiro.
200 milhões de mulheres e meninas vivas atualmente, vítimas de mutilação genital feminina, incluindo 500 000 que vivem na Europa.
72% das vítimas de tráfico humano em todo o mundo são mulheres e meninas, e 3 em cada 4 são usadas para exploração sexual.
Em todo o mundo, cerca de 15 milhões de meninas, entre os 15 a 19 anos, foram forçadas a ter relações sexuais.
Todos os dias, 33 mil meninas, com menos de 18 anos, serão obrigadas a casar, geralmente com homens muito mais velhos.
Estima-se que 650 milhões de meninas e mulheres casaram-se quando ainda eram crianças. Todos os anos, 12 milhões de raparigas casam antes dos 18 anos.
Cortadas, rasgadas, mutiladas, obrigadas a casar, privadas de decidir sobre o seu próprio corpo de fazer escolhas sobre a sua própria vida. Todos os dias, dezenas de milhares de meninas vêm o futuro roubado, nos seu direitos negados. Isto é urgente. O futuro e os direitos de milhões de meninas não pode ficar comprometido.
Negar às mulheres e meninas a liberdade e a autonomia sobre os seus corpos tem consequências devastadoras na vida destas meninas. Causa e reforça as desigualdades e a violência, decorrentes da discriminação de género.
O progresso real e sustentável depende, em grande parte, da erradicação da desigualdade e de todas as formas de discriminação e violência contra as raparigas. De transformar as estruturas e normas sociais que continuam a privar mulheres e meninas de ter autonomia sobre os seus corpos, de fazer escolhas sem medo e de tomar as suas próprias decisões – isto é a base de uma vida com voz, capaz de fazer escolhas, de agir e decidir com liberdade e autonomia sobre o seu próprio futuro.
por, Susana Pereira
Fundadora da ACEGIS
Telefone: (+351) 212 592 663
Intervimos ativamente para a construção e mudança de paradigma da Economia Social e Solidária.
Pela construção de uma sociedade mais justa, paritária e inclusiva.