(Des)Igualdade Salarial: mulheres ganham menos 14,1% do que os homens

Na União Europeia, as mulheres ainda ganham, em média, menos 14,1% do que os homens. O Dia Europeu da Igualdade Salarial, comemorado a 10 de novembro, assinala o momento em que simbolicamente as mulheres deixam de ser pagas quando em comparação com os seus colegas do sexo masculino.

Na UE, em média, as mulheres continuam a ganhar menos do que os homens. Por cada euro que os homens ganham, as mulheres ganham 86 cêntimos. Em Portugal, a diferença de remuneração é de 10,6%.

Salário igual por trabalho de valor igual

Dia Europeu Igualdade Salarial-2021-ACEGIS

Hoje, 10 de novembro de 2021, assinala-se o Dia Europeu da Igualdade Salarial, o que significa que as mulheres da UE começam simbolicamente a trabalhar de graça durante o resto do ano, em comparação com seus colegas homens que fazem o mesmo trabalho. O que equivale a cerca de dois meses de salário.

Embora a remuneração justa tenha sido consagrada nos princípios fundadores da União Europeia, as disparidades salariais entre homens e mulheres diminuíram muito pouco nos últimos anos. Atualmente, a diferença salarial entre homens e mulheres é de 14,1% na UE, uma redução de muito pouco significativa na última década que se situou na ordem do 16%. (Dados do Eurostat, Gender pay gap in unadjusted form)

Existem diferenças significativas entre os Estados-Membros da UE, variando de 1% no Luxemburgo a 22% na Estónia. No entanto, nenhum país conseguiu eliminar totalmente a disparidade salarial. As razões para essas diferenças são múltiplas: diferenças na participação no mercado de trabalho, diferenças no número de horas trabalhadas, segregação nas ocupações e nas carreiras e até mesmo distribuição desigual das tarefas domésticas.

Věra Jourová , Vice-Presidente de Valores e Transparência, Nicolas Schmit , Comissário para o Trabalho e Direitos Sociais, e Helena Dalli, Comissária para a Igualdade, numa declaração conjunta, afirmaram que “mulheres e homens merecem igualdade de remuneração, tratamento e oportunidades” e que “apesar das melhorias nas posições das mulheres na vida social e profissional, as diferenças salariais permanecem amplas e arraigadas.”

Destacando os múltiplos factores subjacentes às disparidades salariais entre homens e mulheres: as mulheres trabalham mais e ganham menos; recebem salários mais baixos, o que resulta em pensões ainda mais baixas, comprometendo a capacidade de se sustentar e ter um nível decente de qualidade de vida.

“A responsabilidade pelos cuidados recai predominantemente sobre as mulheres que, consequentemente, trabalham com maior frequência a tempo parcial. As mulheres muitas vezes trabalham em setores com salários mais baixos e empregos com salários mais baixos dentro de alguns setores. Elas enfrentam o problema do teto de vidro corporativo e recebem menos do que os homens para realizar o mesmo trabalho ou trabalho de igual valor. Isso tem um efeito indireto em suas pensões, que também são mais baixas. Os progressos na redução das disparidades salariais entre homens e mulheres foram e continuam a ser lentos.”

No início deste ano, a Comissão Europeia apresentou uma proposta em matéria de transparência salarial, a fim de garantir que as mulheres e os homens na União Europeia recebam uma remuneração igual por trabalho igual. Neste dia simbólico, a Comissão exortou “os colegisladores a adotarem a Diretiva Transparência Salarial sem atrasos indevidos.”

Para mais informações:

Página Web sobre as disparidades salariais entre homens e mulheres

Folha de dados de 2021 sobre disparidades salariais entre homens e mulheres

O direito ao trabalho é condição essencial à efetivação da igualdade de direitos, na independência económica e na realização profissional, pessoal e social das mulheres. É condição essencial na construção de uma sociedade mais justa, paritária e desenvolvida.

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