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Eurobarómetro. O Futuro da Europa: saúde, pobreza e clima como prioridades - e democracia como valor mais importante

Os dados do Eurobarómetro mostram que, para os/as portugueses/as, a prioridade do Parlamento Europeu deve ser dada à garantia de qualidade e acesso a serviços de saúde pública e ao combate à exclusão social e pobreza.

De acordo com o Eurobarómetro divulgado esta terça-feira, 42% dos/as europeus (72% dos/as portugueses/as) consideram que a saúde pública deve ser uma prioridade fundamental do Parlamento Europeu (PE), seguida da luta contra a pobreza e exclusão social (60%) e ainda medidas contra as alterações climáticas (41%). Os portugueses destacaram ainda como prioridade a economia e o emprego (60%). 

A igualdade de género, a solidariedade e a dignidade humana também foram assinalados pelos/as portugueses/as como valores cimeiros.

Prioridades de ação política das instituições europeias

Os/as cidadãos europeus encaram a saúde pública (42%) como uma prioridade política fundamental para o PE, seguida de imediato pela luta contra a pobreza e a exclusão social (40%) e pela ação contra as alterações climáticas (39%). A nível da média europeia, os jovens colocam a luta contra as alterações climáticas como principal prioridade para o Parlamento Europeu.

Os quatro desafios mais mencionados que a própria UE enfrenta são as desigualdades sociais (36%), o desemprego (32%), seguidos das questões migratórias (31%). Tal como acontece com os desafios globais, as questões ambientais e as alterações climáticas também figuram no topo da lista de desafios da UE, mencionados por 32% dos/as inquiridos/as.

Em Portugal, os/as inquiridos/as identificam como prioridades mais importantes a saúde pública (72% dos portugueses), a luta contra a pobreza e a exclusão social (61%) e os apoios à economia e ao emprego (60%).

 

Democracia: valor essencial para os/as europeus

 

A democracia é o valor essencial que os/as cidadã/ãos querem que o Parlamento Europeu defenda. Quase um terço dos/as inquiridos/as (32% na UE, 19% em Portugal) identificou a democracia como o principal valor europeu a defender, seguida pela liberdade de expressão e de pensamento (27%) e a proteção dos direitos humanos (25%).

Este Eurobarómetro espelha os resultados do último inquérito sobre o Futuro da Europa, publicado pelo PE e pela Comissão Europeia em janeiro de 2022, no qual nove em cada dez europeus consideraram que ainda há trabalho a fazer para reforçar a democracia na UE.

Onze Estados-Membros colocam a defesa da democracia em primeiro lugar: Suécia, Alemanha, Finlândia, Itália, Dinamarca, Áustria, Luxemburgo, Malta, Polónia, Chéquia e Hungria. Os inquiridos da Chéquia e da Hungria colocam igualmente a proteção dos direitos humanos em primeiro lugar.

Os/as europeus consideram o respeito da UE pela democracia, pelos direitos humanos e pelo Estado de direito (27%) como o principal trunfo da UE, seguido do seu poder económico, industrial e comercial (25%).

Paz (49%), liberdade de opinião (47%), igualdade e solidariedade social (45%) e tolerância e abertura ao outro (44%) são os valores mais bem incorporados pela UE – em comparação com outros países, de acordo com respondentes.

72% dos/as portugueses/as consideram que a saúde pública deve ser uma prioridade fundamental na ação política europeia

Um terço dos/as europeus consideram a democracia o valor mais importante a defender, seguida pela liberdade de expressão e de pensamento (27%).

Quase todos os/as europeus (49%) consideram as alterações climáticas o principal desafio global para o futuro da Europa

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, comentou os resultados do inquérito: “Como corretamente assinalado pelos cidadãos, a defesa da democracia é o valor mais importante, acima de qualquer outro. Não podemos tomar a democracia como garantida; extremismos, autoritarismos e nacionalismos são hoje ameaças ao nosso projeto europeu comum”.

Em Portugal, os/as inquiridos/as identificam a igualdade entre homens e mulheres (32%), a solidariedade entre Estados-Membros e regiões (30%) e a dignidade humana (27%) como os valores mais importantes.

Europeus consideram as alterações climáticas o grande desafio da UE

Dados do Eurobarómetro  mostra que 91% dos/as jovens entre os 15 e os 24 anos acreditam que o combate às alterações climáticas pode ajudar a melhorar a sua própria saúde e bem-estar, enquanto 84% dos que têm 55 anos ou mais concordam. 

Quase todos os/as europeus (49%) consideram as alterações climáticas o principal desafio global para o futuro da UE , com um apoio esmagador aos objetivos ambientais do Pacto Ecológico Europeu: 88% dos/as europeus consideram importante aumentar a quota de energias renováveis energia na nossa economia e ter maior eficiência energética, enquanto 80% concordam com a importância de tornar a Europa o primeiro continente neutro em termos de clima até 2050 e promover o crescimento do mercado de veículos com zero e baixas emissões.

Imagem do Parlamento Europeu e da UE: maior confiança e um papel mais forte

O apoio dos/as cidadãos à UE, e em particular ao Parlamento Europeu, aumentou durante a pandemia. A maioria dos/as europeus (58%) apoia um papel mais relevante do Parlamento Europeu no futuro. 36% dos/as inquiridos/as têm uma perceção positiva do Parlamento, 43% têm uma visão neutra e somente 7% uma imagem negativa. 

Esta apreciação positiva do Parlamento é também refletida no último Eurobarómetro Padrão da Comissão Europeia 95.1, em que os/as cidadãos indicaram que o Parlamento Europeu é a instituição em que mais confiam, de entre todas as instituições europeias.

Os/as portugueses/as continuam a ser dos europeus com uma imagem mais positiva do Parlamento Europeu, com 47% dos inquiridos (apenas atrás da Irlanda, com 62%, e da Suécia, com 48%, sendo a média da UE27 de 36%). Os/as franceses/as são os que têm uma pior imagem da instituição, com 22% a referir que têm uma boa imagem.

Sobre a boa perceção da União Europeia em geral, os/as portugueses/as estão em segundo lugar, logo atrás da Irlanda; 67% dos/as portugueses/as têm uma imagem positiva da UE e 79% são a favor da UE (a média europeia é de 70%).

 

A vida na União Europeia

 

  • 68% dos/as europeus concordam que a UE é um lugar de estabilidade em um mundo conturbado; enquanto 67% concordam que o projeto da UE oferece uma perspectiva de futuro para a juventude da Europa

A grande maioria dos/as europeus concorda que vivem felizes na UE (81%) e no seu país (89%), além de estarem satisfeitos com a sua vida familiar (89%).

A maioria dos cidadãos europeus (62% na UE, 77% em Portugal) encara favoravelmente a pertença do seu país à UE, enquanto apenas 9% dos europeus (e 2% dos portugueses) pensam o contrário. Este é, pelo segundo ano consecutivo, o melhor resultado desde 2007. Quase três quartos dos inquiridos (72%) afirmam que o seu país beneficiou da adesão – 88% dos portugueses dizem que Portugal beneficia por ser membro da UE. A maioria dos inquiridos (63%) diz ainda estar otimista relativamente ao futuro da UE.

O Eurobarómetro de outono de 2021 do Parlamento Europeu foi realizado entre 1 de novembro e 2 de dezembro de 2021 nos 27 Estados-Membros da UE. Foi realizado presencialmente e completado com entrevistas em linha quando necessário, devido à situação pandémica. No total, realizaram-se 26 510 entrevistas. Os resultados da UE são ponderados de acordo com a dimensão da população de cada país.

O Futuro da Europa 2021 – Ficha de dados Portugal – PT

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