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Seis ativistas dos direitos das mulheres estão desaparecidas no Afeganistão 

No Afeganistão, ativistas pelos direitos das mulheres temiam pelas suas vidas, agora estão desaparecidas e as ruas em silêncio. 

As Nações Unidas expressaram preocupação com o bem-estar de seis ativistas dos direitos das mulheres no Afeganistão que foram dadas como desaparecidas há quase três semanas.

Duas das ativistas, Tamana Zaryabi Paryani e Parwana Ibrahimkhel, desapareceram das suas casas dias depois de terem  participado de um protesto que pedia aos talibãs que respeitassem os direitos das mulheres no dia 16 de janeiro, desde então nunca mais foram vistas.

A 16 de janeiro, Paryani e Ibrahimkhel participaram numa manifestação pacífica em Cabul pedindo que os direitos das mulheres fossem respeitados pelos Talibãs, depois do regresso ao poder em agosto do ano passado.

Testemunhas disseram que na noite de 19 de janeiro, homens armados alegando ser da inteligência Talibã arrombaram a porta da casa de Paryani e levaram-na juntamente com três de suas irmãs. Paryani postou um vídeo nas redes sociais momentos antes dos homens invadirem sua casa e do seu desaparecimento, no qual ela gritava em desespero por ajuda: “Socorro, os Talibãs estão na minha casa (…) Nós não queremos ir”.

Além de Parwana Ibrahim Khil e Tamana Paryani, que foram sequestradas com seus familiares a 19 de janeiro, mais duas mulheres em Cabul – que também teriam participado de um protesto de 16 de janeiro sobre os direitos das mulheres – foram levadas à força na semana passada. Relatos indicam que Mursal Ayar foi levada de sua casa em 2 de fevereiro e a Dra. Zahra Mohammadi foi sequestrada do lado de fora de sua clínica médica em 3 de fevereiro. Não havendo qualquer informação sobres todos estes desaparecimentos. 

O escritório de direitos humanos da ONU, ACNUDH, afirmou estar muito alarmado com o contínuo desaparecimento de seis pessoas que foram sequestradas na capital afegã, Cabul, e da sua ligação com os recentes protestos  pelos direitos das mulheres. Em comunicado, afirmam que estão “seriamente preocupados com a segurança de quatro mulheres ativistas e seus familiares que foram detidos ou sequestrados em Cabul” e que estão a pressionar as autoridades para obter informações.

Também a  agência de direitos humanos da ONU  que considera os desaparecimentos são muito preocupantes, e fazem parte de “um padrão de prisões e detenções arbitrárias” de ativistas da sociedade civil, jornalistas e outros.

As autoridades devem tomar medidas para garantir a “libertação segura e imediata” das ativistas e a responsabilizar os responsáveis, afirmou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, a jornalistas em Genebra. “A falta de informações claras sobre a localização e o bem-estar desses e de outros indivíduos perpetua um clima de medo e incerteza”, afirmou. 

Desde 16 de janeiro, não houve mais protestos nas ruas de Cabul.

Após os desaparecimentos, espancamentos e intimidações às ativistas dos direitos das mulheres do Afeganistão, as ruas ficaram em silêncio. 

Os protestos pacíficos de ativistas pelos direitos das mulheres eram pequenos, na maioria das vezes com pouco mais de 20 a 30 mulheres, mas atraíram a atenção da comunidade internacional. Estas Mulheres desafiam o regime talibãs e são a voz da resistência, numa altura em que as manifestações estão proibidas e são violentamente reprimidas.

Corajosas, destemidas, recusam ser prisioneiras de um regime violento e opressor, e arriscam a sua própria vida. Estas mulheres não podem continuar a enfrentar esta batalha sozinhas. A sua voz não pode ser silenciada, as ruas não podem ficar vazias, abandonadas e reféns de um futuro sombrio, depois dos holofotes internacionais terem desaparecido. A comunidade internacional e todas as ativistas pelos direitos humanos e direitos das mulheres têm o dever de estar ao lado delas. Hoje, nós somos a vossa voz!

#FreeTamana and sisters #FreeParwana #FreeMursal #FreeZahra

#StandWithAfghanWomen

por, Susana Pereira

Associação para a Cidadania, Empreendedorismo, Género e Inovação Social

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