Associação ACEGIS

Guerra na Ucrânia: ONU denuncia 124 casos de violência sexual

O Conselho de Segurança da ONU discutiu, esta segunda-feira, os crimes de guerra na Ucrânia e as crescentes alegações de violência sexual praticados pelos soldados russos contra civis à medida que o conflito ultrapassa sua marca de 100 dias.

ONU denuncia de 124 casos de alegada casos de violência sexual

A representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, destacou que a maioria das vítimas são mulheres e crianças (105 casos), 49 envolvem crianças e 41 raparigas jovens.

Pramila Patten salientou que, embora a violência sexual seja principalmente perpetrada contra mulheres e meninas,  foram recebidos  19 relatos de casos envolvendo homens e meninos na Ucrânia, “incluindo violação, tentativa de violação, remoção forçada da roupa em público e ameaça de violência sexual”.

Violência sexual é o ‘crime mais oculto’ cometido contra civis 

.

A Representante especial da ONU para a Violência Sexual em Conflitos, lembrou a sua recente vista à Ucrânia  lembrou as inúmeros resoluções do Conselho – respaldadas pelo direito internacional – que proíbem o uso da violência sexual como tática de guerra, e destacou o abismo entre esses compromissos e a realidade que muitas mulheres e raparigas enfrentam em situação de conflito armado.

“Dolorosamente, a minha visita pôs em relevo a lacuna que ainda existe entre a aspiração de prevenção,  expressa por este Conselho através do robusto quadro normativo que foi estabelecido ao longo da última década, e  a realidade no terreno para os mais vulneráveis”, afirmou.

Pramila Patten alertou que crimes sexuais em zonas de guerra são frequentes, e massivamente subnotificados, mas também para “aumento do risco de tráfico humano” desde o início da guerra na Ucrânia.

Desde o início do conflito, quase 6,8 milhões de pessoas que fugiram do país, e o risco de cair em redes de tráfico humano inclusive para fins de exploração sexual e prostituição – é alarmante.

“Desde o início deste conflito, o aumento do risco de tráfico humano, incluindo para fins de exploração sexual e prostituição, tornou-se assustadoramente evidente. A falta de verificação constante de alojamento e transporte é uma preocupação séria. Assim como a capacidade limitada dos serviços de proteção para abordar a velocidade e volume de deslocação.”

Nesse contexto, Parmila instou o Conselho e a comunidade internacional a se solidarizarem com as autoridades ucranianas e as entidades da ONU, no sentido de  adotar medidas de forma a garantir a responsabilização pela violência sexual cometida durante o conflito.

Natalia Karbowska, cofundadora e diretora de Desenvolvimento Estratégico do Fundo da Mulher Ucraniana, relatou os esforços de sua organização para fornecer alimentos, remédios e outros apoios às mulheres ucranianas cujas vidas foram destruídas pela invasão da Federação Russa. Descrevendo a violência sexual como “o crime mais oculto” cometido contra pessoas durante a guerra na Ucrânia.

A Federação Russa está a usar a  violência sexual e a violação como instrumentos de terror para controlar civis, afirmou.

A guerra na Ucrânia completou 100 dias, na passada sexta-feira (3 de junho), num conflito marcado por numerosas alegações de crimes e abusos contra civis: execuções sumárias, tortura, desaparecimentos forçados, violência sexual e de género  e outros abusos graves cometidos sobre civis pelas forças russas.

Mais informações, aqui.

Associação para a Cidadania, Empreendedorismo, Género e Inovação Social

Últimas Notícias | ACEGIS

Todos os Direitos Reservados.

Telefone: (+351) 212 592 663

Intervimos ativamente para a construção e mudança de paradigma da Economia Social e Solidária.

Pela construção de uma sociedade mais justa, paritária e inclusiva.

©2022 ACEGIS

Partilhar

Like this:

Like Loading...