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Os dados são da UNICEF, num relatório divulgado esta quinta-feira.
No âmbito do Dia Internacional da Rapariga, que se assinala a 11 de outubro, a agência das Nações Unidas para a infância, a UNICEF, revela “as primeiras estimativas globais e regionais de sempre sobre a violência sexual contra crianças”, as quais “revelam a dimensão da violência em todo o mundo, uma violação dos direitos humanos, com especial enfoque nas raparigas e mulheres, com repercussões negativas na saúde e bem-estar psicológico, emocional e social, na infância e vida adulta”.
Os dados apontam para mais de 370 milhões de raparigas e mulheres vítimas de violação ou abuso sexual antes dos 18 anos, “uma prevalência alarmante”.
A agência da ONU sublinha que o relatório revela que a violência sexual contra crianças “é uma prática generalizada, ultrapassando fronteiras geográficas, culturais e económicas”, com a África subsariana a ser a região do globo mais afetada – 79 milhões de raparigas afetadas – seguindo-se a Ásia Oriental e Sudeste, com 75 milhões, a Ásia Central e do Sul, com 73 milhões, a Europa e América do Norte com 68 milhões, América Latina e Caraíbas com 45 milhões, Norte de África e Ásia Ocidental com 29 milhões e a Oceânia com seis milhões.
A maior parte dos abusos acontece na adolescência, “com um pico significativo entre os 14 e os 17 anos”, refere a UNICEF.
“As crianças vítimas de abuso sexual transportam frequentemente o trauma para a vida adulta, enfrentando riscos mais elevados perante doenças sexualmente transmissíveis, abuso de substâncias, isolamento social ou problemas de saúde mental (como ansiedade e depressão), bem como apresentam dificuldades em formar relações saudáveis”, refere o comunicado.
“Embora haja mais raparigas e mulheres afetadas e as suas experiências estejam mais documentadas, os rapazes e os homens também são afetados. Estima-se que 240 a 310 milhões de rapazes e homens – 1 em cada 11 – tenham sido vítimas de violação ou abuso sexual durante a infância”, revela ainda o relatório “Violência Sexual contra as Crianças”.
A UNICEF adianta ainda que se a análise for alargada a violência sexual sem contacto físico, abrangendo, por exemplo, violência verbal ou em ambiente digital, “o número de raparigas e mulheres afetadas aumenta para 650 milhões a nível mundial e o número de rapazes e homens para 410 a 530 milhões, o que realça a necessidade urgente de estratégias integradas e ambiciosas de prevenção e combate a todos os tipos de violência contra crianças”.
“A persistência de lacunas nos dados, nomeadamente no que diz respeito às novas formas de violência sexual sem contacto, realça a necessidade de um maior investimento na recolha de dados para conhecer a realidade total da violência sexual contra crianças”, defende a ONU.
A agência da ONU sublinha que o relatório revela que a violência sexual contra crianças “é uma prática generalizada, ultrapassando fronteiras geográficas, culturais e económicas”, com a África subsariana a ser a região do globo mais afetada – 79 milhões de raparigas afetadas – seguindo-se a Ásia Oriental e Sudeste, com 75 milhões, a Ásia Central e do Sul, com 73 milhões, a Europa e América do Norte com 68 milhões, América Latina e Caraíbas com 45 milhões, Norte de África e Ásia Ocidental com 29 milhões e a Oceânia com seis milhões.
A violência sexual contra uma criança refere-se a “ Qualquer ato deliberado, indesejado e não essencial de natureza sexual, seja consumado ou tentado, que seja perpetrado contra uma criança, inclusive para fins de exploração, e que resulte ou tenha alta probabilidade de resultar em ferimentos, dor ou sofrimento psicológico”. [1] Para fins de geração de estimativas globais e regionais, a violência sexual foi amplamente categorizada em dois tipos – violência sexual de contato (incluindo estupro e agressão sexual) e violência sexual sem contato – alinhada com as categorias delineadas na Classificação Internacional de Violência contra Crianças.
[1] Fundo das Nações Unidas para a Infância, Classificação Internacional da Violência contra Crianças , UNICEF, Nova Iorque, 202
O Dia Internacional da Rapariga foi instituído pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2011, com o objetivo de promover a proteção dos direitos das meninas e raparigas pelo mundo e a eliminação das discriminações de que ainda são alvo.
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